sexta-feira, 30 de maio de 2008

Núcleo de Jornalismo lança projeto de diálogos ambientais


O Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e região (NJA) lança, dia 7 de junho, no Senac-Santos, às 15 horas, o projeto Convers.ações, dando início às práticas de formação profissional em meio ambiente. Durante 2008, serão sete bate-papos com especialistas sobre temas locais diversos, com o objetivo de ampliar os horizontes sobre questões ambientais regionais.

Prioridades socioambientais na zona costeira é o encontro inicial e conta com a presença de Ícaro Cunha, sociólogo, doutor em saúde ambiental, coordenador da Agenda Ambiental para o Porto de Santos e coordenador do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Católica de Santos (UniSantos). Para dividir a mesa com o especialista, Marcus Fernandes, editor do Caderno de Ciências e Meio Ambiente de A Tribuna.

“A proposta é provocar discussões sobre temas ambientais locais, que impactam diretamente a população da região. Por isso a escolha por questões socioambientais na zona costeira, onde estamos inseridos”, destaca Marina Medina, coordenadora geral do NJA.

Paralelamente, haverá exposição de produtos ecológicos, como objetos feitos a partir de material reciclado, e ainda sacolas retornáveis, do Carbono Zero, entre outras atividades. O NJA sugere que os participantes levem suas canecas para evitar o descarte desnecessário de copos plásticos.

Serviço
1º Conversações NJA – Prioridades socioambientais na zona costeira
Data: 07/06
Horário: 15 horas
Local: Senac-Santos
Endereço: Av. Conselheiro Nébias, 309

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Viva a Mata

SOS Mata Atlântica realiza evento Viva a Mata! no próximo final de semana, a partir de 6ª feira (30), no Ibirapuera.

Confira a programação

Educando no meio ambiente urbano

Muitas vezes, quando pensamos em educação, pensamos no modelo formal, aquele tradicional, do professor, sala de aula, alunos sentados. Fico feliz que o termo educação ambiental remete a contato com a natureza, sensibilização, e coisas do gênero.

Mas será que esse é o caminho, me pergunto. É um dos, mas atualmente acredito mais na sensibilização das pessoas para os hábitos cotidianos urbanos, como eles interferem na questão climática de forma incisiva. Claro que a pegada de carbono está relacionada com o nível de consumo do indivíduo, além de outros aspectos, como locomoção, moradia, e por aí vai.

Bem, vale lembrar que o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), completou a maioridade em abril. E 21 anos depois ainda estamos discutindo como incorporar os princípios em políticas públicas e diretrizes ambientais, como Agenda 21.

Aqui em Santos (Litoral de SP), uma zona costeira com nível de adensamento urbano altíssimo, pouco se discute esse processo violento de urbanização, os impactos reais que os empreendimentos imobiliários de alto padrão estão trazendo para a região.

Então, já que não dá pra evitar que novos prédios sejam erguidos, dá pra elaborar programas de educação ambiental que provoquem os cidadãos, para que percebam o quanto contribuem para o agravamento do aquecimento global com seu modus vivendi, consumo e descarte de resíduos, transporte, e escolhas não-sustentáveis.

A essa altura do campeonato, minha aposta é nos pequenos, adolescente também, porque estão na fase de ir contra o sistema. Contra tudo, diga-se de passagem. Mas nem só de rebeldia viva a juventude. Tem um pessoal aqui no Litoral Sul, em Itanhaém, que tem um trabalho de educação ambiental muito bacana, o Ecosurfi. O João Malavolta, que faz parte da trupe e se intitula ecobservador, é jovem engajado e talentoso que conheci nas agendas 21 da vida. Malavolta fez do surfe sua paixão e, a partir dele, mobiliza a população para as questões ambientais.

“Sendo Homens do mar, os surfistas devem compactuar na incessante busca da preservação das praias, mares e oceanos ao redor do nosso Planeta”. Esse é o norte do Ecosurfi, realizando várias ações de limpeza das praias, chamando a atenção para os impactos dos resíduos deixados nas praias. Com a missão de contribuir para o enraizamento de uma Educação Ambiental crítica emancipatória e participativa sob a perspectiva transversal na sociedade brasileira, a galera do Ecosurfi vai dando seu recado de forma direta e envolvente, falando de igual pra igual.

Que tal repensarmos os modelos de educação ambiental e começarmos a falar de igual pra igual com os diversos públicos? Afinal, se o objetivo é formar (ou transformar), é preciso falar direto ao coração. Aloha!

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Esse post meu faz parte dos Debates Ambientais do Faça a sua Parte

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dia Mundial da Biodiversidade

Ontem foi o Dia Mundial da Biodiversidade e acontece em Bonn, na Alemanha, de 19 a 30 de maio, a 9ª Convenção da Diversidade Biológica (CBD), com o objetivo de criar regras obrigatórias de acesso a recursos genéticos e divisão dos benefícios. O mais importante e urgente, na COP9, é parar o ritmo acelerado de depredação da biodiversidade. Veja mais detalhes sobre o fórum aqui.

A devastação em números:
- a cada hora, quatro espécies são perdidas no mundo;
- cada ano, 13 milhões de hectares de florestas, onde vivem cerca de 2/3 de todas as espécies terrestres, são destruídas.
E por aí vai.

No site do Ibama, encontra-se a lista de animais em extinção, dica da Denise Rangel, amiga do Faça sua Parte. O post da Denise integra os Debates Ambientais do Faça, que vão até meados de junho. Vou escrever sobre educação ambiental e consumo responsável, nos próximos dias, lá no blog coletivo.

Menos carne para um planeta mais saudável

Carbono Zero fez uma enquete para saber se os internautas estão dispostos a diminuir o consumo de carne em prol do planeta. Fico feliz que 47% faria sim um esforço, mas 23% confessou que seria sacrifício, porque adoram um boi. Alegria em saber que 17% são vegetarianos, mas 11% desconhecem a relação entre consumo de carne e agravamento do aquecimento global.

Bom, pra fazer a história curta, o gado ocupa áreas largas e exige o desmatamento, diminuindo a absorção de CO2. A criação dos animais em si é emiti níveis elevados de gás metano, 23 vezes mais poluentes que o CO2. Isso somente com o “pum” das queridas vaquinhas meigas. Isso é sério, há dados. Além do mais, para que um quilo de carne esteja na sua casa, foi emitida 1 tonelada de CO2. Deu pra sacar a relação?

Vida Marinha + Wyland

Na semana (16) rolou o Meeting Vida Marinha, que teve como destaque a presença do artista plástico Wyland, da Wyland Foundation. Seu trabalho é viajar o mundo e sensibilizar as pessoas para a importância de manter o ecossistema marinho para o equilíbrio do planeta. Em sua passagem por Santos, pintou dois painéis no Aquário Municipal. Lindos.

Na apresentação, falou sobre seu envolvimento com o tema, como a arte é transformadora. Seu estilo de vida é bastante condizente com sua prática, pelo que me pareceu. Nunca trabalhou para um empresa, fez de seu hobbie sua profissão e bandeira, e inspira crianças e adultos com uma forma de comunicação que ultrapassa as barreiras da língua.

No seu discurso, o mesmo tom de Al Gore, que fala sobre a responsabilidade que nossa geração recebeu de mudar o curso da história, que ainda há tempo e que podemos, sim, transformar nosso modo de vida, produção e consumo, assumindo posição pró-ativa, cobrando soluções. "É hora de começar a se doar", alertou.

"Eu absorvo tudo que vejo por onde passo, assimilo e coloco em minhas pinturas", disse Wyland. Com isso, pretende tocar as pessoas, acreditando sempre que o melhor investimento é nas crianças. "quando fazemos crianças seres melhores, fazemos um mundo melhor", enfatizou.

Ainda no evento, Roberto Vámos, do Surfrider Foundation Brasil, fez um balanço das atividades, citando os projetos como a escolinha de Surf da Rocinha, no Rio de Janeiro, das influências efetivas em políticas públicas em defesa da vida marinha, e campanhas e programas de educação ambientais com foco em crianças.

"O mar é o maior parque de diversões do mundo", disse Vámos, chamando a atenção para os desdobramentos do aquecimento global nos mares. Uma vez aquecidos, os mares estão mudando a química, favorecendo a proliferação de algas e bactérias, ameaçando a fauna e flora marinha e, ainda a saúde humana.

Vámos trouxe provocações, forçou o público a refletir e cobrar mudanças nas políticas públicas como forma estratégica de mudança.

O evento seguiu à tarde com as apresentações do projeto Tamar, dos Embaixadores do Meio Ambiente, e a palestra de encerramento sobre a importância da preservação das baleias. Estive presente apenas no 1º período, então meu relato fica por aqui.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Marina Silva não é mais ministra

Anúncio de pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem como pano de fundo a questão das hidrelétricas no Norte do Brasil. Na posição de senadora, Marina poderá fazer frente ao problema fazer pressão a favor do Meio Ambiente.

Quem assistiu ao discurso de Marina na abertura da 3ª CNMA, dias antes, percebeu nas entrelinhas o tom de despedida. Durante sua fala, enfatizou as ações que tinham sido feitas e, muito intensamente, os resultados alcançados e a serem atingidos.

Leia Carta de Demissão na íntegra no G1.

sábado, 10 de maio de 2008

3ª CNMA

Nesta semana, em Brasília, aconteceu a 3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA). Durante o evento, houve uma oficina dedicada aos jornalistas, para debater a cobertura do tema nos veículos de comunicação.

Conforme matéria do Portal do Meio Ambiente, o cientista político Guilherme Canela, coordenador de Relações Acadêmicas e Pesquisas da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), apresentou o estudo A Cobertura da Imprensa Brasileira sobre Mudanças Climáticas, resultado da análise de 50 jornais entre 2005 e 2007. Entre as conclusões, Canela destacou que o trato da mídia brasileira para o tema está fortemente vinculado às questões internacionais.

O estudo aponta três assuntos que dominaram 50% das matérias sobre o tema no período: efeito estufa, energia e conseqüências das mudanças climáticas. As expressões mais utilizadas foram aquecimento global (70,6%) e mudanças climáticas (29,4%) o que, segundo o especialista, demonstra que ainda há uma confusão conceitual entre os dois problemas por parte dos jornalistas. Os temas de mitigação e adaptação aparecem em 41,7% e adaptação (2,7%) dos textos. Apenas 3% das matérias cobram responsabilidade do governo no estabelecimento de políticas públicas para combater o problema.

domingo, 4 de maio de 2008

Direito Ambiental

Na próxima terça-feira (06), a Delegacia Seccional da Polícia Civil e a OAB/Santos promovem o VIII Seminário de Direito Ambiental. A inscrição é gratuita e aberta a todos os interessados pelo telefone (13)3228-6404. O encontro tem início às 19 horas, na sede da OAB/Santos, Praça José Bonifácio, no Centro.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ecoeconomia

No Dia do Trabalho, trago uma provocação: teu trabalho contribui para uma vida sustentável, ou acelera o processo de destruição do planeta? Dá pra viver à margem do Capitalismo puro, extrativista, canibal?

Para refeltir um pouco, a seguir a entrevista de Hugo Penteado, autor do livro Ecoeconomia: uma nova abordagem, a Marília Gabriela:



Na opinião de Penteado, a questão central dos modelos econômicos tradicionais é ter excluídos duas variáveis essenciais: pessoas e natureza. "Todos [os modelos] partem de um princípio surrealista, de que a economia é totalmente independente da natureza, fonte inésgotável. Eles [modelos] não reconhecem a interdependência da natureza, pois assumem a reversibilidade", analisa o ecoeconomista.

Bom, se hoje sabemos que a história é outra, que os recursos não são renováveis, como o petróleo, por exemplo, e pior, são poluentes, é hora de repensarmos nosso estilo de vida, que fomenta a indústria, que mantém o sistema. Para isso não precisa transformar-se em um xiita, praguejando os norte-americanos e afins, como se fazia na década de 70. É uma questão de escolha, ou melhor, de escolha consciente, que se consolida tanto no voto como na compra de supermercado.