sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Chega de boi

No dia em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação quase perdemos a batalha para os bovinos. Sim, aqueles serem lindos, malhados, dengosos, mas que emitem metano constantemente, 23 vezes mais poluente que o CO2. Além disso, para que 1 quilo de carne chega a casa do consumidor foi emitada 1 tonelada de CO2 entre produção e transporte.

Estima-se que no Brasil exista 1 boi para cada 2 habitantes. No Mato Grosso do Sul a conta é assombrosa: 2,2 milhões de habitantes e 30 milhões de cabeça de gado. Quando não é o gado em si, as terras são utilizadas para produzir para os bovinos. Cerca de44% das culturas no país são destinadas para produzir alimentos para animais. A soja ocupa 23% das terras produtivas e metade desse contingente serve para exportação para alimentar gado no exterior.

Se há tanto gado é porque há demanda e quem está pedindo é o consumidor. E esse simples ato de optar por uma dieta baseada em proteína animal influencia diretamente no uso do solo, cuja modificação é a maior causa do Aquecimento Global. Não é necessario que a humanidade se torne vegetariana, mas que tenha consciência que suas escolhas têm consequências. Diminuir o consumo de carne bovina é uma questão de preservação e garantia de segurança alimentar.

Conforme definição, a Segurança Alimentar e Nutricional é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.

Com tanto gado, o conceito acaba caindo por terra. E de onde vem a demanda mesmo?

2 comentários:

Unknown disse...

Entao, se realmente o metano liberado pelos bovinos é algo que contribui e prejudica muito ao meio abiente, porque nao tomamos decisoes radicais, como por exemplo; um limite a quantidade de criacao de gado, ou algo do tipo?

Luz Fernández disse...

Gabriel, não acredito que medidas restritivas funcionem. Acredito na transformação pelo entendimento e envolvimento. Por isso é ética, está dentro de cada um e ao mesmo tempo é coletiva.