Texto do amigo Jorge Cordeiro. Por compromissos de trabalho, não pude estar no seminário. Segue relato. O navio está atracado até amanhã, às 17h no armazém 29 do Cais Santista.
Seminário do Greenpeace: os caminhos para o Brasil não chegar atrasado ao futuro
Evento realizado nesta sexta-feira (27) a bordo do navio Arctic Sunrise em Santos reuniu representantes de ONGs, Congresso Nacional e governo estadual para discutir o papel de cada setor da sociedade no enfrentamento da crise climática
Santos (SP), 27 de março de 2009 - O Brasil tem os meios e os recursos para enfrentar com eficácia a crise climática, mas precisa agir o quanto antes para não chegar atrasado ao futuro. A sociedade civil tem que pressionar governos e empresas, os Estados têm que avançar nas questões ambientais sem depender tanto do governo federal e as empresas têm que aumentar sua produtividade para diminuir as emissões de CO2. Essas foram algumas das conclusões do seminário Mudanças Climáticas: os Desafios Políticos e Econômicos no Cenário Brasileiro, realizado a bordo do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, no porto de Santos (SP).
Em pouco mais de três horas de debate, os participantes apresentaram as oportunidades políticas e econômicas que se abrem ao Brasil nesse momento em que o mundo discute os melhores caminhos para enfrentar a crise climática. Entre os presentes ao evento estavam o Secretário Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, Francisco Graziano; o prefeito de Santos, João Carlos Papa; Antonio Carlos Mendes Thame, deputado federal (PSDB-SP), o consultor Markus Frank, da McKinsey; e Rubens Born, do Instituto Vitae Civilis e do GT Clima; além de Sérgio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace.
"O importante de encontros como este organizado pelo Greenpeace é que há uma grande diversidade de participantes, o que enriquece e democratiza o debate", avaliou Francisco Graziano, secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, que abriu o encontro em Santos. Ele foi ao seminário depois de participar da instalação do Conselho de Gestão de três áreas de proteção ambiental (APAs) na Baixada Santista.
"Os Estados têm que aproveitar sua certa autonomia do governo federal e avançar nas questões ambientais", disse ele.
Para o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), também presente ao seminário, é preciso criar instrumentos fortes - fiscais e leis compulsórias - para serem usados na defesa do meio ambiente.
"Precisamos também de vontade política, mas esta não nasce por geração espontânea, é preciso que a sociedade pressione os governantes. Para a sociedade se organizar e exercer sua legítima pressão para que os temas ambientais entrem na agenda política, ela precisa conhecer melhor o assunto. É aí que o Greenpeace entra muito bem na história, promovendo eventos como este e divulgando seus resultados", afirmou o parlamentar.
Ao apresentar o estudo O Brasil na Economia de Baixo Carbono, Markus Frank, consultor da McKinsey, revelou que um dos caminhos que temos para mantermos a temperatura do planeta em 2 graus Celsius, é melhorar a produtividade brasileira em até 10 vezes num espaço de 40 anos. Sem isso, dificilmente o país conseguirá reduzir suas emissões de efeito estufa.
Rubens Born, do Instituto Vitae Civilis, deixou claro que o Brasil não pode ficar se escondendo atrás de países em desenvolvimento mais pobres para evitar se comprometer com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
"Já temos condições de fazer nosso dever de casa", afirmou durante sua exposição.
Para Guarany Osório, coordenador da campanha de Clima do Greenpeace, a discussão foi produtiva e pode ajudar a mobilizar as pessoas e governos.
"Trazer a tona essa discussão dos desafios políticos e econômicos das mudanças climáticas é sempre oportuna e fundamental para salvar o planeta. Os governantes do mundo estão lentos de um modo geral, e o Brasil não é diferente, na apresentação de propostas firmes para se enfrentar o problema", afirmou. Para ele, o Brasil tem todas as condições de liderar as discussões climáticas na próxima reunião da ONU sobre o assunto, que acontece em dezembro na cidade de Copenhague. É nessa reunião que será discutido o futuro do Protocolo de Kyoto - e do planeta como um todo.
O seminário realizado pelo Greenpeace em Santos faz parte da expedição Salvar o Planeta: É Agora ou Agora que está no litoral paulista após visitar seis cidades brasileiras ao longo de três meses.A expedição foi iniciada em Manaus, em janeiro, e passou por Santarém, Belém, Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro.
Fotos do evento: http://www.greenpeace.org.br/fotos/barco
sábado, 28 de março de 2009
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